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Vizinho de terreiro filmado jogando carro em umbandista e ofendendo mãe de santo é indiciado por quatro crimes

Homem responde a outros processos por perturbação a culto religioso e injúria racial. Filho dele também foi indiciado no novo inquérito, segundo polícia. ...

Vizinho de terreiro filmado jogando carro em umbandista e ofendendo mãe de santo é indiciado por quatro crimes
Vizinho de terreiro filmado jogando carro em umbandista e ofendendo mãe de santo é indiciado por quatro crimes (Foto: Reprodução)

Homem responde a outros processos por perturbação a culto religioso e injúria racial. Filho dele também foi indiciado no novo inquérito, segundo polícia. g1 tenta identificar defesa deles. Vizinho de terreiro joga carro em direção de umbandista e faz ofensas contra mãe de santo Oiles Sarafim, vizinho de um terreiro que foi investigado por jogar o carro contra uma umbandista após uma celebração religiosa e, também, por fazer ofensas contra a mãe de santo e outros frequentadores do local, foi indiciado por quatro crimes. O filho dele também foi alvo do inquérito. Para o delegado Derick Moura Jorge, responsável pelo caso, ambos praticaram os crimes de ameaça, injúria preconceituosa baseada em questões religiosas, injúria racial e tráfico de influência. ✅ Siga o canal do g1 PR no WhatsApp ✅ Siga o canal do g1 PR no Telegram Oiles também responde a dois outros processos por perturbação a culto religioso e injúria racial. Em ambos a vítima também é a mãe de santo Lúcia Mara Santos - a mesma do caso que aconteceu no dia 30 de setembro em Ponta Grossa, nos Campos Gerais do Paraná, e foi gravado em vídeos. Em um deles, é possível ouvir o homem chamando o grupo de "bando de macumbeiro do inferno". Segundo Lúcia, que é uma mulher preta, o suspeito também jogou uma banana na direção deles. A fruta caiu nos pés dela. Assista acima. De acordo com o delegado, oito testemunhas citaram detalhes do crime. "No decorrer das investigações constatou-se que as ofensas e ameaças foram proferidas tanto pelo supracitado homem, quanto por seu filho, de 24 anos de idade. Os autores foram posteriormente interrogados, tendo exercido seu direito constitucional de permanecerem em silêncio, optando por se manifestarem apenas em juízo", explica. O inquérito foi encaminhado ao Ministério Público (MP), que agora vai decidir se formaliza, ou não, a denúncia junto à Justiça. O g1 tenta identificar as defesas de Oiles e do filho dele. Processos anteriores A mãe de santo relatou que sofre com atos preconceituosos do vizinho há cerca de 10 anos e, em outras ocasiões, formalizou outros dois processos contra o homem. Em 2016, conforme apurou a RPC, o homem virou réu por perturbação a culto religioso. Na época, foi feito um acordo com a Justiça e o processo foi extinto. Em outro processo, movido em 2019, o homem é réu por perturbação a culto religioso e injúria racial. O processo tramita na Justiça e há uma audiência de instrução e julgamento marcada para o dia 10 de outubro. "A mulher preta ela tem uma dificuldade de todo dia, em todos os lugares, ela não tem a possibilidade 'de'. Porque sempre tem uma pessoa que é preconceituosa, que age de má fé, que prejudica. Mas só que essa situação de prejudicar vai indo, vai indo e vai indo e vai crescendo, sabe?! Vai criando um material grande de preconceito, que chega uma hora que você não aguenta mais", disse Lúcia, em entrevista à RPC. Novo caso Vizinho de terreiro joga carro em direção de umbandista Reprodução O novo caso aconteceu na noite de 30 de setembro, quando a Polícia Militar (PM) foi acionada e registrou boletim de ocorrência (B.O.). De acordo com o relato da mãe de santo à PM, os frequentadores do local estavam em celebração de Cosme e Damião e contaram que a confusão começou após eles serem ameaçados pelo homem. No boletim de ocorrência, a PM ressaltou que depois de jogar a banana contra a mãe de santo, Oiles entrou na própria casa e trancou as portas. "A equipe policial deslocou ao local já no intuito de realizar a prisão em flagrante do autor, no entanto, este indivíduo adentrou em sua residência e mesmo sendo ordenado para que saísse do ambiente, não saiu. A casa dispunha de portões altos, o que não permitiu a entrada da equipe, a qual teria que tentar derrubar ou transpor portões e portas, sem possuir equipamentos condizentes a esse caso", disse a corporação, em nota. O B.O. também aponta que, em determinado momento, o homem saiu na janela e falou para as equipes pararem de bater na porta. Alegou, também conforme a PM, que ligaria para oficiais e deputados, "e que os policiais iriam ver o que iria acontecer com eles". Na nota enviada à RPC, a Polícia Militar (PM) reforça que não houve qualquer tipo de interferência de oficiais e terceiros na atividade policial. "Informamos que não raras vezes a PM se depara com este tipo de situação em que pessoas tentam utilizar o nome de autoridades locais ou da própria corporação para tentar desestimular o trabalho policial, no entanto, nossas equipes já estão orientadas da forma como proceder, incluindo tais declarações no boletim de ocorrência e dando continuidade aos atos necessários", afirma. Caso aconteceu na segunda-feira (30), em Ponta Grossa (PR) Reprodução/RPC VÍDEOS: Mais assistidos do g1 Paraná Leia mais notícias em g1 Paraná.